Encontrei hoje, na revista Ruminantes, este interessante artigo acerca das resistências a antibióticos. Este é um tema que eu penso que deva ser debatido pois trata-se de um problema de saúde pública e eu acho que a Agricultura Portuguesa tem tudo a ganhar com a valorização dos sistemas extensivos, onde a aplicação de antibióticos é muito reduzida.
Aqui vai o artigo:
(Nota do Parlamento Europeu) — O Parlamento Europeu solicita mais investigação e um melhor seguimento dos efeitos dos antibióticos tanto em animais produtores de alimentos como em animais de companhia. Segundo os deputados, é necessário reduzir o uso de antibióticos para fazer frente à crescente resistência que os animais apresentam aos mesmos. A resistência a estes agentes, no gado e nos animais de estimação, tornou-se um problema com grande expressão nos últimos anos.
Os antibióticos) são um instrumento eficaz para combater enfermidades, tanto em animais como em seres humanos, embora o seu uso excessivo possa causar resistência antimicrobiana (RAM).
A RAM constitui um problema sanitário para o sector ganadeiro europeu.
Neste sentido, o Parlamento aprovou uma resolução na qual solicita aos Estados membros que "levem a cabo uma supervisão e controlo sistemático da RAM, tanto em animais produtores de alimentos como em animais de companhia", sem que isso suponha cargas financeiras ou administrativas adicionais para agricultores, proprietários de animais ou veterinários.
No texto, os deputados pedem "que se reforce a investigação sobre os novos agentes antimicrobianos assim como sobre outras alternativas (vacinação, biossegurança, melhora da resistência)" para evitar e controlar as enfermidades infecciosas dos animais.
De igual forma, destacam a importância "de desenvolver sistemas de criação de animais que permitam reduzir a necessidade de prescrever antibióticos".
Os deputados também pedem aos Estados membros e ao Serviço Alimentar e Veterinário “que garantam um melhor controlo da aplicação da proibição (de 2006) de utilizar agentes antimicrobianos como promotores do crescimento". Sobre este tema, pedem à Comissão "que se esforce por conseguir uma proibição internacional (...) y que aborde esta questão nas suas negociações bilaterais com países terceiros como os Estados Unidos".
Finalmente, o PE reclama à Comissão que "desenvolva um amplo plano de acção plurianual contra a RAM". Os deputados consideram que tal plano de acção tem de "abarcar todos os animais contemplados na estratégia da UE sobre o bem-estar animal, incluídos os animais de companhia". Para além disto, o plano deve ter em conta a conexão existente entre o uso de agentes antimicrobianos e a saúde dos animais, e entre esta e a saúde humana.
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